quarta-feira, 10 de março de 2010

Sem Tradução

Foto: Fabiano Trichez

Já tentaram em todos o idiomas e linguagens existentes desde os primórdio da humanidade codificar o sentimento que carregamos no peito e nomeamos amor.

Os matemáticos definiram como o infinito.
Os químicos como as ligações.
Os gramáticos como substantivo abstrato.
Os físicos como atração.
Os sociólogos como relações.
Os atronautas como estrelas.
Os pescadores como o mar.
Os religiosos como a fé.
Os médicos como os pacientes.
Os músicos como a música.
e os poetas, ó poetas, procuram uma tradução.

Mas o cunho vernáculo do vocábulo continua tão amplo e complexo que continuamos aprendizes na ciência de amar. Continuamos amando sem saber explicar:continuamos sentindo sem saber calcular o fim, continuamos encontrando ligações sem sentido, continuamos querendo classificar em notas de rodapé, continuamos procurando os pólos, continuamos formulando teorias de relacionamento, continuamos fascinados pelo universo, continuamos perdendo-se nas ondas, continuamos crendo, continuamos procurando a cura, continuamos criando melodias. Continuamos...

Definir amor é limitar dentro dos parcos conhecimentos humanos as engrenagens que movem nossos corações. Nesse contexto, somos apenas poetas, ao menos eu entre tantas definições sinto meu peito vibrar e apenas amo. Embora o homem insista em encontrar uma solução para o amor.

Mayara Floss

Um comentário:

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