domingo, 11 de setembro de 2011

Facetas


Toda a asa que se abre contra o sol
deixa uma sombra na terra
Que isso não te impeça de voar
Que a tua sombra não seja medo
Mas seja a face da tua alma plena
Que não é só luz
Porque a penumbra é que fez a curiosidade
E continuamos completamente ignorantes
Qual seria o brilho de uma estrela
Se não existisse a ternura da noite?
Foram os sonhos antigos
Que construíram o que vivemos hoje
Por isso o tempo não tem horas
E as horas não tem tempo
Como flores esperando a primavera
Vivemos para desabrochar,
E com o vento cair ao chão
Para dar a continuidade
Qual seria a maior beleza da vida
Se não a sua amiga a morte?
O que nos moveria se tivéssemos
Todas as nossas certezas e tempo
Se ao alçar voo não tivéssemos
A companhia infinita do dia e da noite
Aliás, que essa não seja uma prolixa novidade
Mas a escuridão é o brilho da vida

Mayara Floss

2 comentários:

  1. Sim, concordo. Ser capaz de enxergar a vida de diversas maneiras, por causa da complexidade. Ou seja, desencantar-se. Beijos!

    PS: Muito obrigada por esclarecer minhas dúvidas sobre o Fábrica de Letras.

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  2. Adorei esses dois versos:
    "Foram os sonhos antigos
    Que construíram o que vivemos hoje"
    Simples, sim. Mas foi o que me chamou mais a atenção.

    Muito legal.
    Parabéns

    ResponderExcluir

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