Foto: Fabiano Trichez
Professor,
Dessa vez não é a comemoração do dia do professor, mas o final do ano, em que as notas parecem falar mais do que as pessoas. E o nosso ensino aparentemente se resumiu em boletins, em colas para ir bem nas provas e articulações minuciosas para “subverter” o sistema. De fato os traquejos existem.
De fato várias falhas existem. Porém, quando escolheste ensinar, levar a luz aos seus alunos (seres sem luz de acordo com o latim) era porque acreditavas, e espero que ainda acredite no conhecimento e no poder do saber. Hoje, são muitas dificuldades, salários, desatenção e afins. Parece que tudo pode se aprender com a Wikipédia, o Google e o Youtube. Parece, mas não o é. Ainda, quando o livro parece ser maior do que você, e toda a teoria e muitas vezes arrogância leva ao desânimo, espero que isso não diminua a sua experiência e o desejo de orientar que move, ainda hoje, os avanços da humanidade.
A diferença é que ainda somos humanos e aprendemos com humanos. Muitas páginas de teoria podem ficar pequenas com um simples olhar. Muitos códigos de HTML e FLASH da internet podem ficar minúsculos frente a empolgação e a mão amiga de um professor. A vida é feita de escolhas, a escolha de ser professor possuí aquela ânsia de ver seus alunos um passo a frente de quando vieram as suas mãos, de ter certeza que será estendido e transbordado o seu conhecimento e das suas vivências naquelas jovens mãos.
A vida é feita de aprender, pode ser feita de esquecimentos, mas é feita de aprender. Um dia aprendestes a andar, outro a falar, outro a ler, outro a escrever, a dirigir, a trabalhar, a utilizar o banheiro. E ainda, não aprendeu tudo o que és, sempre o conhecimento é um conjunto, talvez não na forma exata de professor e alunos, mas apenas de pessoas com vontade de ensinar e aprender. Talvez, em miúdos, o professor seja a profissão mais antiga da Terra.
Se pensas que a profissão de professor está antiquada, repense, pois aqui estão alguns exemplos: Trousseau (1801-1867) foi um professor apaixonado que treinou nada mais, nada menos do que Lasegue, Brówn-Sequard e Da Costa. Já na segunda metade do século XX , existia uma professora grandemente inspiradora chamada Sophie Wolfe, de fato, ela sequer foi alçada ao posto de professora, era apenas a administradora dos laboratórios de ciências. as criou ali um clube de ciências, onde ensinava os alunos a discutir ciência entre si. Dentre os freqüentadores desse clube podemos citar: Arthur Kornberg (Prêmio Nobel de Medicina de 1959), Paul Berg (Prêmio Nobel de Medicina de 1980) e Jerome Karle (Prêmio Nobel de Química de 1985). Todos eles renderam homenagem a Sophie Wolfe. Entre tantos outros, não importa a posição, mas o que faz com os alunos.
Muitas vezes é muito difícil ser professor. Os humanos, ultimamente, parecem tão desinteressantes, mostrando conhecimentos limitados e que qualquer tablet consegue suprir essa falta. Parecem, porque, ao menos na medicina, quanto mais avança a tecnologia, mais se fala sobre a nossa desumanização (acredito que isso se estenda aos outros cursos, ensino médio e fundamental). Precisamos de professores, de mentores para nos espelharmos, somos os pedaços de tudo o que juntamos.
Como já disse Paulo Freire “fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem ‘águias’ e não apenas ‘galinhas’”. A frustração faz parte do crescimento de ensinar, porque apesar de professores, ainda somos alunos da vida. Ainda, a educação não é vertical, sempre há uma troca e aprendemos com essa grande maestrina, a vida.
Talvez, neste exato momento, seja difícil veres o teu papel e o que fizestes. Mas não podemos conectar os pontos olhando para o futuro e sim, apenas, olhando para o passado. Que continuem sendo professores, bons professores, e que possam esparramar-se dentro de cada um dos seus educandos.
Com carinho,
Mayara Floss
Dessa vez não é a comemoração do dia do professor, mas o final do ano, em que as notas parecem falar mais do que as pessoas. E o nosso ensino aparentemente se resumiu em boletins, em colas para ir bem nas provas e articulações minuciosas para “subverter” o sistema. De fato os traquejos existem.
De fato várias falhas existem. Porém, quando escolheste ensinar, levar a luz aos seus alunos (seres sem luz de acordo com o latim) era porque acreditavas, e espero que ainda acredite no conhecimento e no poder do saber. Hoje, são muitas dificuldades, salários, desatenção e afins. Parece que tudo pode se aprender com a Wikipédia, o Google e o Youtube. Parece, mas não o é. Ainda, quando o livro parece ser maior do que você, e toda a teoria e muitas vezes arrogância leva ao desânimo, espero que isso não diminua a sua experiência e o desejo de orientar que move, ainda hoje, os avanços da humanidade.
A diferença é que ainda somos humanos e aprendemos com humanos. Muitas páginas de teoria podem ficar pequenas com um simples olhar. Muitos códigos de HTML e FLASH da internet podem ficar minúsculos frente a empolgação e a mão amiga de um professor. A vida é feita de escolhas, a escolha de ser professor possuí aquela ânsia de ver seus alunos um passo a frente de quando vieram as suas mãos, de ter certeza que será estendido e transbordado o seu conhecimento e das suas vivências naquelas jovens mãos.
A vida é feita de aprender, pode ser feita de esquecimentos, mas é feita de aprender. Um dia aprendestes a andar, outro a falar, outro a ler, outro a escrever, a dirigir, a trabalhar, a utilizar o banheiro. E ainda, não aprendeu tudo o que és, sempre o conhecimento é um conjunto, talvez não na forma exata de professor e alunos, mas apenas de pessoas com vontade de ensinar e aprender. Talvez, em miúdos, o professor seja a profissão mais antiga da Terra.
Se pensas que a profissão de professor está antiquada, repense, pois aqui estão alguns exemplos: Trousseau (1801-1867) foi um professor apaixonado que treinou nada mais, nada menos do que Lasegue, Brówn-Sequard e Da Costa. Já na segunda metade do século XX , existia uma professora grandemente inspiradora chamada Sophie Wolfe, de fato, ela sequer foi alçada ao posto de professora, era apenas a administradora dos laboratórios de ciências. as criou ali um clube de ciências, onde ensinava os alunos a discutir ciência entre si. Dentre os freqüentadores desse clube podemos citar: Arthur Kornberg (Prêmio Nobel de Medicina de 1959), Paul Berg (Prêmio Nobel de Medicina de 1980) e Jerome Karle (Prêmio Nobel de Química de 1985). Todos eles renderam homenagem a Sophie Wolfe. Entre tantos outros, não importa a posição, mas o que faz com os alunos.
Muitas vezes é muito difícil ser professor. Os humanos, ultimamente, parecem tão desinteressantes, mostrando conhecimentos limitados e que qualquer tablet consegue suprir essa falta. Parecem, porque, ao menos na medicina, quanto mais avança a tecnologia, mais se fala sobre a nossa desumanização (acredito que isso se estenda aos outros cursos, ensino médio e fundamental). Precisamos de professores, de mentores para nos espelharmos, somos os pedaços de tudo o que juntamos.
Como já disse Paulo Freire “fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem ‘águias’ e não apenas ‘galinhas’”. A frustração faz parte do crescimento de ensinar, porque apesar de professores, ainda somos alunos da vida. Ainda, a educação não é vertical, sempre há uma troca e aprendemos com essa grande maestrina, a vida.
Talvez, neste exato momento, seja difícil veres o teu papel e o que fizestes. Mas não podemos conectar os pontos olhando para o futuro e sim, apenas, olhando para o passado. Que continuem sendo professores, bons professores, e que possam esparramar-se dentro de cada um dos seus educandos.
Com carinho,
Mayara Floss