quarta-feira, 10 de outubro de 2012

(H)abituar-se


Todo dia-a-dia é dia de hábito. Talvez porque vivemos praticamente sempre no mesmo habitat, e todo o costume se justifica por um hábito de fazer tudo sempre igual. Ser igual. Comer igual, cantar igual, ouvir igual, assistir igual. Pergunto-me onde estão nossos hábitos. Nos vestimos igual, porque é a moda. Ou melhor, nos desvestimos.  Sinceramente não sei o quanto o hábito de desvestir-se é pior do que o abito que deixa só os olhos a vista. Mas tudo é uma questão de moda e hábito. Enquanto o que nos habita é a sensação de vazio. Porque esvaziamos nossos hábitos para usarmos os mesmos abitos. Pode ser o terno, a burca, a camisa, a saia, o sutiã, a nudeza. A nudeza do corpo, mas a vestimenta da mente. Pode ser a crença, a ideologia, a mentira. Onde andam nossos hábitos? E nossos abitos? Onde vestimos nossos hábitos. Estamos cheios de capuzes para o que pensamos, porque é melhor, mais seguro, pensar habitualmente. Estamos cheios de informações e cada vez mais pobres. Por isso, tire seus abitos. Mude seus hábitos.

Mayara Floss

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